segunda-feira, 8 de maio de 2017

A Força Paulista no Agronegócio


Aposto que você já ouviu aquela clássica falácia «São Paulo não pode se separar, pois não produz nada de bens agrícolas e precisa da produção brasileira para se manter!». De tanto ser repetida por conservadores unionistas e professores esquerdistas, a frase se tornou uma verdade na mente das pessoas. Mas se trata duma enorme mentira que hoje vamos desfazer, não por acreditarmos que um país precisa ser autossuficiente em tudo para ter desenvolvimento (outra grande falácia dos unionistas, já que nenhum país é autossuficiente em tudo), mas por termos apreço pela verdade e pela justiça. Embarque connosco em mais uma viagem ao conhecimento.

(A imagem que abre essa matéria é da fazenda da Cutrale, em Matão. Foto de Sustainable Juice.)

Quão grande é a nossa importância?


São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar e de laranja do mundo (representando 56% da produção mundial). Na safra 2015/2016, das 367,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar produzidas na América Portuguesa, 55,2% foram de origem paulista. Além disso, dos 14,7 bilhões de litros de etanol e 21,3 milhões de toneladas de açúcar produzidos pelo país, contribuiu com 48,5% e 63,6%, respectivamente. Essa grande geração de produtos ligados à cana-de-açúcar se dá pela grande industrialização da Nação Paulista e por termos a mais avançada tecnologia no uso da cana, como, por exemplo, na produção de biocombustível. 

Pin-up representando a mulher paulista na agricultura, em obra de Vicente Caruso.
São Paulo detém 18% das exportações do país, tendo alcançado U$ 15,88 bilhões em 2015. Já as propriedades rurais paulistas ocupam cerca de 20,5 milhões de hectares, fazendo de São Paulo o maior produtor local de amendoim, contando com cerca de 84,5% de todo amendoim produzido na América Portuguesa; de Limão (67,8%), Laranja (64,63%), Caqui (59,45%) e Borracha látex (58,4%). (IBGE 2012)

Destacamo-nos também pelo cumprimento dos regulamentos e normas sanitárias e das leis ambientais e trabalhistas. Possuímos uma das maiores bolsas operando com commodities agropecuários, a «Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros» (BM&FBOVESPA), sediada na capital. Deve-se destacar que detemos umas das principais feiras agropecuárias do mundo, a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), conceituada como uma das principais vitrines mundiais em termos de inovação tecnológica de máquinas agrícolas. Algo que facilita todo o trabalho agropecuário é a presença de multinacionais especializadas nesse tipo de equipamento, como a AGCO/Valtra (Mogi das Cruzes), a John Deere (Indaiatuba) e a Catterpillar (Piracicaba).

Agrishow em Ribeirão Preto. Foto de G1.
É importante ressaltar um estudo recente da Embrapa, do Dr. Evaristo de Miranda, Chefe-geral da «Embrapa Monitoramento por Satélite», que concluiu que a Agricultura é a principal responsável pela preservação do meio ambiente no Brasil, dizendo ainda que se surpreendeu com dados de São Paulo (cuja agricultura remonta ao século XVI), onde 15,5% da área está preservada nos imóveis rurais e 23% da área da agricultura do estado é destinada às áreas de preservação. Toda essa conservação legal que ocorre no Brasil foi trabalhada e executada por agricultores, sem incentivo monetário do governo, que apenas exigiu que essas terras fossem resguardadas de exploração. Isso derruba a tese de que o agronegócio em SP é o grande vilão do meio ambiente.

Há que se observar também que todos os avanços tecnológicos da América Portuguesa no Agronegócio não seriam possíveis sem a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP), que recentemente foi classificada pela U.S News, como a 5ª melhor Universidade do mundo em Ciências Agrárias.

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Créditos na foto.
A despeito de todas as crendices populares dos brasileiros, São Paulo é considerado a unidade federativa mais competitiva do agronegócio brasileiro e isso se deve principalmente pelo ambiente macroeconômico, que engloba o mercado interno, externo, a infraestrutura ímpar de São Paulo (como, por exemplo, o índice de 23 quilômetros de autoestradas para cada 1000 km², enquanto que na União Europeia e nos Estados Unidos o índice é de 17 e 11, respectivamente, além da presença de terminais intermodais e de um dos maiores portos do mundo, o de Santos - que também é o principal porto para o escoamento da safra de estados brasileiros, junto ao de Paranaguá) e a grandeza econômica da Nação Paulista.

Mercado consumidor


Tudo que é produzido aqui se destina a atender não só o grande mercado consumidor paulista (44 milhões), mas também o brasileiro (160 milhões), além de boa parte ser também destinada à exportação. 

A Cutrale (Araraquara), por exemplo, é uma das principais empresas no ramo de sucos, controlando um terço do mercado mundial de suco de laranja, também atuando na distribuição de maçãs, limões, pêssegos e soja. A empresa conta com terminais e navios próprios, não só para a exportação em Santos, mas para a importação noutros países, como os Estados Unidos e Japão.

Embarque de milho num dos terminais do corredor de exportação, em Santos. Créditos: Jornal A Tribuna.
Já a Raízen (São Paulo/Piracicaba) é a principal fabricante de etanol de cana-de-açúcar no continente e a maior exportadora de açúcar no mercado internacional.

Toda essa produção é alavancada pela enorme expressividade da nossa agroindústria, graças à presença de tecnologia de ponta desenvolvida e/ou aplicada por nós, sendo que a Nação Paulista abriga a mais antiga e estável estrutura de pesquisa e desenvolvimento da América Latina nesse setor, com órgãos que engendram inovações tecnológicas que vêm permitindo a ininterrupta evolução da produtividade agropecuária e agroindustrial.

A partir das informações aqui colocadas, podemos perceber que a verdade é o exato oposto daquela frase que apregoam os brasileiros, já que o Brasil é considerado uma potência agricultural apenas por contar como seu aquilo que fazem e produzem os Paulistas. São Paulo como país já nasceria potente nessa área e teria muito que crescer, pois sabe muito bem aproveitar as vantagens dum mercado aberto e das parcerias comerciais e tecnológicas.

Fontes: Investe SP, G1, Exame, Bloomberg

Autor convidado: Luciano Garcia Brescansin, graduando em Agronegócio pela Universidade Federal de Viçosa.

Co-autores: Lucas Pupile e Thales Veiga, da Equipe OSP


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Um comentário:

  1. Parabéns, São Paulo...impossível ler isso e não ficar imaginando como será São Paulo como um país independente....

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